quarta-feira, 16 de julho de 2008

Mulheres no pedal

Ae galera, dei minha contribuição nessa matéria no Prólogo.
Espero que gostem. Abraço, Enzo.
 

Mulheres no pedal



As diferenças não estão só no tamanho da bike e na resistência muscular. Existem mais peculiaridades no treinamento de ciclismo para mulheres. Confira as dicas de como aperfeiçoar seu treino, escolher acessórios e ter sucesso nas pedaladas
24/06/2008




Por Cesar Candido dos Santos

Durante muitos anos, as mulheres que praticavam ciclismo eram obrigadas a se adaptarem aos equipamentos feitos exclusivamente para o universo masculino. Hoje, este cenário mudou e grandes fabricantes produzem acessórios para o público feminino que vão muito além dos detalhes cor-de-rosa. Tudo é pensado e desenvolvido para propiciar maior conforto e desempenho para a mulher na prática do esporte.

"Pedalo há quase dez anos e, no início, achei que esses produtos exclusivos para mulheres não passavam de uma jogada de marketing. Mas estava enganada e, hoje, me sinto mais segura em utilizar esses equipamentos. Eles melhoram a qualidade do meu pedal, sem falar que são mais bonitos", afirmou Roberta Gomes, 36, diretora comercial.

Bicicletas e acessórios
A grande diferença em uma bicicleta feminina é o tamanho do quadro, que possui mudanças em sua estrutura para se adaptar às necessidades das mulheres. A principal alteração é uma menor distância entre o selim e o guidão, já que as mulheres geralmente possuem torso e braços menores que os homens. Além disso, devido ao tamanho menor das mãos femininas, os fabricantes desenvolveram guidões com uma curva mais acentuada e manetes de freios e de câmbios mais próximos, para facilitar a pegada e aumentar a segurança.

Outra mudança nas bikes femininas são os selins, que são mais largos para se adaptarem melhor aos quadris femininos. Eles possuem depressões e estrutura para evitar desconfortos vaginais, como assaduras e dormências. Já as pedivelas têm um tamanho reduzido e, em alguns modelos, três coras, o que permite uma variação maior da velocidade.

Para combinar com as cores mais delicadas das bicicletas, hoje o mercado disponibiliza uma série de acessórios como capacetes, bermudas, camisetas, luvas e sapatilhas com tons femininos, todos desenvolvidos para trazer mais conforto e preservar a beleza das mulheres.

Treinamento
Apesar de o mercado do ciclismo estar cada vez mais voltado para a produção de produtos específicos para o mundo feminino, estão enganados aqueles que pensam que as mulheres são mais fracas fisicamente e, por isso, não podem treinar no mesmo pelotão que os homens. "Existem mulheres que pedalam até melhor que os homens, então costumo dar o mesmo treino para ambos os sexos, até porque em muitas provas não existe esta diferenciação e elas terão que percorrer a mesma distância", afirmou Ronaldo Martinelli, treinador da 5 Ways Sports Consulting, que completa: "Na teoria, a mulher tem uma condição física inferior, mas na prática, entre os amadores, isto não existe, o que diferencia é apenas o nível e o tempo de treinamento".

"Ao contrário do que muitos pensam, a parte inferior das mulheres é bem parecida com a dos homens, elas não são mais fracas. Então, não é preciso formar grupos de treinos só com mulheres. Até porque é mais difícil. Um pelotão só de mulheres seria bom para o convívio, mas o rendimento não muda muito", disse Enzo Amato, treinador da Way2Run Assessoria Esportiva.

"Nunca tive dificuldade de acompanhar os meninos. Na verdade, como treino há bastante tempo, muitas vezes alguns deles não conseguem manter o mesmo ritmo que eu", contou Roberta Gomes.

A única grande diferença no treino das mulheres é em relação ao período pré-menstrual, mas isto é algo muito individual e varia de pessoa para pessoa. Então, não sinta vergonha de conversar com o seu treinador sobre o assunto.

"Varia muito em cada mulher, mas é normal durante o período pré-menstrual o rendimento das atletas cair um pouco. Os treinadores sabem disso, mas as alunas nem sempre se sentem à vontade para falar sobre isso com um homem", comentou Ronaldo. "Existem mulheres que precisam de uma pausa no treinamento, já outras não se incomodam. Mas é algo que pode ser conversado, pois depende do objetivo de cada uma, se a atleta não for profissional, uns dias sem treinar não irá atrapalhar o desempenho", completou Enzo.

 


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